Pesquisa mostra o que impacta na saúde mental dos empreendedores; empresários falam como é possível retomar o bem-estar dentro e fora da empresa.
Por Bahia Mei
Com jornada de trabalho de 80 horas semanais, sobrecarga de responsabilidade, noites mal dormidas. Foi assim que Ricardo Frasson, 41, empreendedor à frente da startup DataSeek, chegou ao seu limite emocional no início de 2023. Com quadro de ansiedade e estresse, teve que procurar ajuda psiquiátrica. Mas ele não é o único neste universo de empreendedores, segundo um estudo inédito da Endeavor: No Brasil, 94,1% dos empreendedores de alto impacto afirmam ter vivenciado ao menos uma condição adversa de saúde mental. A ansiedade é a mais frequente (85%), seguida de burnout (37%), ataque de pânico (22%) e depressão (21%).
Empreendedores trabalham mais e têm sintomas de doenças mentais
O estudo "Saúde e performance de pessoas empreendedoras" ouviu 118 empreendedores líderes de startups e scale-ups (empresas com alta base tecnológica que crescem de forma acelerada em geração de renda e empregos). Eles são chamados de empreendedores de alto impacto. Além disso, o estudo conta com entrevistas de 12 especialistas nacionais e internacionais e traz insights de sete estudos de caso com base em experiências boas práticas de 7 empreendedoras e empreendedores que estão à frente de empresas de tecnologia como Gympass, Dasa, MadeiraMadeira e Gupy.
O que está gerando doenças mentais nos empresários?
Estresse, ansiedade e burnout são problemas que estão sendo agravados devido à cultura de trabalho intensiva, a pressão por sucesso e o medo do fracasso, segundo a pesquisa, tanto que 91,5% dos empreendedores entrevistados conhecem alguma pessoa empreendedora que enfrentou desafios de saúde mental em sua jornada. Dados do estudo mostram que:
Ansiedade: 85% dos empreendedores relataram ter enfrentado ansiedade durante sua jornada
Burnout: 37% dos participantes relataram ter experimentado burnout;
Estresse: A rotina de trabalho é percebida como estressante ou muito estressante por 56,8% dos empreendedores.
Além disso, o cenário de saúde mental no Brasil segue preocupante: o país é o terceiro pior do mundo em termos de saúde mental, ocupando a 62ª posição em um ranking de 64 países — 33,5% da nossa população enfrenta problemas nesse sentido, segundo estudo da OMS de 2022.
A jornada da mulher empreendedora
As mulheres empreendedoras relataram condições adversas de saúde mental em maior frequência que homens, em especial ansiedade (88,2% ante 84,8%) e ataque de pânico (29,4% ante 20,2%). Elas também consideram a jornada empreendedora mais estressante (76,5%) que os homens (54,5%). Por fim, 47,1% delas apontam os vieses do ecossistema de gênero como um desafio.
“As mulheres ainda precisam desempenhar um papel de liderança muitas vezes moldado pelo modelo masculino. Isso se soma à expectativa de que elas assumam uma carga desproporcional de responsabilidades fora do ambiente de trabalho, como nos cuidados com a família e na gestão da casa”, afirma Fabiana Salles, diretora da Dasa, empreendedora e embaixadora da Endeavor.
“Tive dúvida se queria ter filhos ou não, ainda é um desafio conciliar trabalho com a vida pessoal”, afirma Salles que reforça existe mais pressão para retornar o trabalho após a maternidade do que medidas que valorizem esse momento. “Nos países desenvolvidos, há incentivos para uma licença maternidade e paternidade longa. Essa consciência está sendo despertada em alguns lugares, mas ainda estamos muito atrás”.
Como são as jornadas de trabalho do empreendedor?
A maioria dos empreendedores analisados no estudo (56,8%) consideram sua rotina estressante. A visão acaba mudando de acordo com o tempo de experiência. Segundo a pesquisa, empreendedores com mais anos de experiência e aqueles em seu segundo ou terceiro negócio consideram a rotina menos estressante.
“É normal termos mais inteligência emocional conforme temos experiência empreendendo. Quando se faz algo pela primeira vez, você usa o instinto. Numa segunda ou terceira jornada, você já tem seu playbook — se já fez isso antes, você se sente mais confortável fazendo de novo”, afirma Brian Requarth, Co-founder Latitud.
Na jornada empreendedora, longas jornadas de trabalho são comuns. A maioria dos empreendedores desta pesquisa (64,4%) trabalha mais de 50 horas por semana. Apenas 35,6% realizam uma jornada próxima a de um empregado formal (40 horas). A longa jornada pode comprometer a performance do empreendedor, dada a correlação entre horas trabalhadas e estresse:
40% dos empreendedores que trabalham 40 horas por semana consideram a rotina estressante ou muito estressante;
66,7% entre aqueles que trabalham mais de 80 horas consideram a rotina estressante ou muito estressante.
“É possível trabalhar por muitas horas e manter o bem-estar, contanto que o empreendedor foque nas atividades realmente importantes para o seu negócio e sua vida pessoal. Quem está com dificuldades no negócio, como para levantar capital, precisa dobrar as boas práticas de bem-estar em sua rotina”, diz Cesar Carvalho, Conselheiro Endeavor e CEO Gympass.
Outro recorte que o estudo traz é que empreendedores mais experientes trabalham menos:
Empreendedores com 1 a 5 anos de experiência trabalham, em média, 55,5 horas semanais;
Empreendedores com mais de 5 anos de experiência trabalham, em média, 45,2 horas semanais.
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REFERÊNCIA:
Redação. "Estudo Endeavor: 94% dos empreendedores já sofreram com alguma doença mental". Exame, 29 de março de 2024.
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